Uma força motriz tem movido o planeta após os anos 2000: a conectividade em massa. Há tempos a internet é uma realidade, mas somente nos últimos anos tem se compreendido o poder da rede e como colaboradores em potencial pode tornar a nossa vida mais prática e melhor.

Essa compreensão tem se intensificado nas empresas também, que estão tentando entender como utilizar a tecnologia avançada ao seu favor. O mundo pós-digital traz consigo uma imensa gama de possibilidades quando o assunto é colaboração e colaboradores.

Imagine, por exemplo, qual seria o custo e o trabalho do Uber contratar 1,5 milhões (número estimado) de motoristas ao redor do mundo? Mais difícil ainda: como o Waze poderia conseguir monitorar o trânsito de mais de 60 países? Os assets mudaram e as empresas precisam se adaptar ao mercado.

Grandes empresas: muitos colaboradores e menos funcionários

Os exemplos podem estar mais próximos do que pensamos. O Facebook, por exemplo, conta com mais de 1 bilhão de usuários — que não pagam a empresa para produzir milhões de postagens diariamente.

É claro que o Facebook é um exemplo atípico, mas ainda é essencial para entender como uma grande empresa se constrói com uma grande colaboração.

Mais importante ainda: não é necesário ter um bilhão de usuários em sua plataforma para ser bem-sucedido. O nicho também pede esse tipo de modelo de negócio: o DogHero, por exemplo, conecta donos de pets que precisam deixar o seu animal em uma casa para ficar – e qualquer um pode ser anfitrião.

Há necessidades que podem ser cumpridas dessa forma em todos os segmentos, desde que se tenha em mente que há um novo modelo de negócio prosperando.

Tendo isso em mente, é possível compreender que uma empresa não precisa de milhares de funcionários para ser grande.

Seja com colaboradores oficiais — como no Uber, em que se recebe dinheiro — ou colaboradores oferecem um escambo: uma troca, como no Waze: em que o usuário ajuda e tem informações sobre o trânsito, as companhias devem se atentar para tentar construir a sua rede de usuários e entender que funcionários são essenciais, sim, mas que, para chegar longe, é necessário ir além.

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Digitando e ajudando o planeta

Exemplos de como esses modelos modificaram, em um curto período de tempo, a sociedade em que vivemos, não faltam. Um que se aplica muito é o caso dos Captchas. 500 mil horas são gastas, por dia, para seres humanos digitarem Captchas. Para quem não lembra, são os caracteres distorcidos que escrevemos para provarmos que não somos robôs ao preenchermos um formulário, por exemplo.

Este calculo de 500 mil é feito baseado em que 200 milhões desses são digitados todos os dias, todos gastando cerca de 10 segundos. Esse esforço colossal ao somar todas as pessoas envolvidas em Captchas fez com que Luiz Von Ahn, um dos criadores da ferramenta, repensasse todo o serviço.

Então, criou o ReCaptcha: ao mesmo tempo em que você digita uma palavra, está ajudando a digitalizar livros. Isso mesmo: o reconhecimento ótico de caracteres é um processo tecnológico em que computadores podem identificar letras e palavras. Ele é utilizado, por exemplo, para digitalizar livros. Só que o computador não consegue reconhecer cerca de 30% dessas palavras. Então, quem está reconhecendo por ele? Você!

As ideias de Luis Von Ahn são um grande exemplo dos assets no mundo pós-digital: ele viu uma brecha, um esforço praticamente inútil e uma possibilidade e percebeu como poderia transformar todo aquele esforço em algo útil.

Luis Von Ahn, aliás, é um grande precursor dessas ideias: foi dele também a ideia do Duolingo, ferramenta para aprender idiomas de maneira colaborativa. Além disso, sites como BuzzFeed costumam ser traduzidos com a utilização dessa ferramenta — e são os próprios usuários que participam. Pense, então: quanto custaria para traduzir centenas e centenas de posts por mês? Qual seria o custo disso? E mais: além dos funcionários contratados, quem você está ajudando?

A tendência do sharing economy

Esse modelo de colaboração anda de mãos dadas com outra tendência do mercado: a sharing economy. Essa ideia de compartilhamento ocupa cada vez mais segmentos e ganha cada vez mais popularidade.

Este tipo de consumo e mercado, nomeado de P2P, tem transformado aos poucos a mentalidade dos usuários. De acordo com uma pesquisa da Nielsen, 70% dos latino-americanos estão dispostos a compartilhar os seus bens, como sua casa ou o seu carro, enquanto 73% deles estão dispostos a usar os bens de outros.

O grande problema desse mercado é a regulamentação, como vemos com o Uber no Brasil. Impostos, regras e outros detalhes ainda impedem um crescimento maior da economia de compartilhamento.

Usuários constróem empresas

Atualmente, todo processo de empreendedorismo deve pensar em maneiras de se utilizar da colaboração de seus clientes para potencializar o seu negócio. Não há a necessidade de ser algo direto e evidente, como o Uber e o AirBNB. Ou seja, essa interação com o usuário e o colaborador pode vir de outras maneiras.

O importante é ter em mente essa transição que tem ocorrido na última década e como os próprios clientes e usuários já esperam algo colaborativo do mercado e estão cada vez mais dispostos a deixarem modelos tradicionais e antiquados para trás.

Além disso, entender como isso muda a política do número de funcionários para a empresa, trazendo menos burocracia, mais ideias e, é claro, mais dinheiro para a companhia, é essencial para ser bem-sucedido no século XXI.

Fonte – Pedro Katchborian  – Colaborador Crowd – LINK Clique aqui