O consumo colaborativo pode ser uma alternativa inovadora para as famílias que estão buscando se equilibrar financeiramente.
A todo momento ouvimos notícias de pais de famílias perdendo a cabeça e até a vida, por causa do desequilíbrio financeiro.
Uma pesquisa recente realizada pela (Peic), Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, mostrou que em setembro último, 58,2% das famílias brasileiras estavam endividadas. A mesma pesquisa mostrou ainda que do total das famílias, 9,6% disseram “não ter como pagar as dívidas adquiridas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro”. Outra pesquisa correlacionada feita pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz, apontou que 48% dos consumidores inadimplentes sentem vergonha por terem dívidas; sendo que o nervosismo, o desespero, a infelicidade e baixa autoestima estão entre os sentimentos relatados pelos devedores; e 33% estão mais irritados e chegam a brigar com familiares e amigos.
Entendo que falar dos problemas é muito fácil, mas o grande desafio é apresentar alternativas, para ajudar as pessoas que estão nestas estatísticas.
Bom, o problema é antigo, mas precisamos desbravar para solucionar com novas estratégias. Assim como temos visto e vivenciado novas formas das pessoas se relacionarem, de comprar, vender; se comunicarem, estudar; de fazer amizades e até novas formas de promover manifestações, temos que pensar num novo modelo de consumo, mais enxuto, mais equilibrado, mais realista, ou seja, vivermos de acordo com o que nosso orçamento permite, conseguindo obter reservas financeiras para quaisquer variáveis que venham a ocorrer. Importante também que as pessoas passem a ficar atentas para guardar parte do ganham, constituindo esta reserva, primando pela sua independência financeira, colocando este dinheiro para trabalhar a seu favor. Juro nem sempre é ruim, desde que ele esteja trabalhando a favor do seu dinheiro, promovendo um rendimento saudável para que “você”, juntamente com sua família possa alcançar sonhos ou realizar metas, isto faz todo sentido.
Bom, outras alternativas dentro do conceito do consumo colaborativo seguem abaixo:
1) Reúna a família para planejarem as compras coletivas, pelo menos de itens comuns, como: material de limpeza, de higiene e os itens da cesta básica. Eleja uma pessoa ou mais da família para coordenar as compras e separar os itens. Procure um ATACAREJO, para comprar em maior quantidade, uma vez que reuniu as necessidades comuns da família.
2) Reflita em família, se realmente precisam de mais veículos em casa. Será que algum membro da família se desdobrando um pouco mais cedo para deixar o outro na escola ou no trabalho, não diminuiria em muito as despesas com um segundo veículo, como com seguro, manutenção, IPVA e outros? Pense em outras alternativas para esta locomoção, como o transporte coletivo, o compartilhamento das despesas com outro colega que se deslocará para o mesmo local, será que não ficará mais em conta? Lembre-se: “você precisa de deslocar, não necessariamente ter o veículo”.
3) Confira as datas de itens perecíveis que podem estar próximos de vencer e que você não consumirá em tempo; promova a troca dentro da própria família; se não der certo trocar, presenteie um familiar com este item, pois com certeza será bem melhor do que perdê-lo, certo?
4) Promova as reuniões familiares fazendo um rateio das despesas para que fique leve para todos. As coisas estão difíceis, mas nada melhor do que estarem juntos, em momentos de tanta felicidade, risadas e alegria. Não precisa cortar estes momentos. O segredo é reinventar a forma de fazer.
5) Pratique o desapego e compartilhe na família, as roupas, calçados, brinquedos, livros, acessórios e muito mais, que já não ti servem mais; que não servem mais para o seu filho (a) e que para o primo será tudo de bom. Às vezes são peças seminovas que podem fazer toda a diferença para o outro membro da família.
Estes são apenas alguns exemplos de milhares de práticas que as famílias podem adotar promovendo uma REDE de PROSPERIDADE. Isto é consumo colaborativo, isto é uma nova forma de satisfazer necessidades sem necessariamente adquirir um bem.
20/10/2016- Elisabete L. S. Carvalho é educadora financeira, mestra em administração de empresas; especialista em gestão de pessoas e negócios. Autora do livro: Consumo colaborativo como alternativa ao consumismo e o endividamento. http://elizabetecarvalho.com.br/ elizabete@elizabetecarvalho.com.