Já ouviu falar do volunturismo? Está tão em alta que até um neologismo foi criado para denominar a prática de realizar viagens cujo objetivo não visa ao lazer, mas a iniciativa de auxiliar determinadas comunidades ou projetos ambientais, enquanto explora um lugar novo e descobre outras culturas. Não é nenhuma novidade, mas cada vez mais ongs e agências de intercâmbio encorajam os viajantes a embarcarem em uma aventura do bem.
Deixar o conforto, o descanso e a facilidade de lado não é fácil, mas a recompensa é grande quando uma viagem envolve uma atividade desse porte, que beneficia não apenas a si próprio, mas centenas de pessoas, animais ou até uma região toda. Você sabia que é possível trabalhar em um “orfanato de vida selvagem” na Namíbia? Dar aulas de inglês para crianças em Gana? Ou trabalhar em uma fazenda orgânica no Cazaquistão? Achou muito exótico? Saiba que você também pode ser volunturista em qualquer lugar do mundo, até mesmo no seu próprio país.
Organizações como a Iko Poran e AFS convidam voluntários a ingressar em projetos sociais dentro e fora do Brasil, realizando viagens e, consequentemente, explorando novas regiões. Se você vive em São Paulo, pode colaborar com a proteção ambiental no Rio de Janeiro, por exemplo.
Algumas agências de intercâmbio, como a CI, dispõem de pacotes de volunturismo. Um período de quatro semanas, com acomodação, não incluindo passagem e alimentação, pode sair em média R$ 4.000, dependendo do destino. Bastante procurada por jovens de 25 a 30 anos, a CI oferece esse tipo de viagem para países bem inusitados, como Nepal e Índia. Também existem serviços de voluntário em grandes centros urbanos, como estudar o ecossistema em Nova York.
Há também os voluntariados específicos, como o Médicos sem Fronteiras , que recruta profissionais da área interessados em desenvolver suas atividades em outro país, em casos de conflitos, catástrofes naturais, epidemias, fome e exclusão social. Essa é a maior organização não governamental de ajuda humanitária existente. Nessa linha há também a Cruz Vermelha, que reúne pessoas de áreas variadas para orientar e trabalhar em diversos setores, como aconselhamento de pessoas com o vírus HIV ou até em situações de emergência, como famílias que perderam tudo em enchentes ou terremotos.

O que é necessário para ser um volunturista?

1. Tempo suficiente para gastar na viagem. O período de permanência pode variar de duas semanas a um ano, porém, o tempo máximo depende da agência;
2. Adequação financeira para participação, pois, embora muitas viagens garantam hospedagem e alimentação, haverá gastos com passagem e extras (vistos, passeios, transporte);
3. Ser proativo e ter vontade de se envolver, por pelo menos parte do tempo, em atividades que não são para o próprio prazer;
4. Conhecer a situação do lugar para o qual pretende ir. Apesar de o trabalho contar com monitores que irão guiar o voluntário, este precisa estar informado sobre regras, política, economia e costumes locais, principalmente para ter facilidade de lidar com as pessoas da região e não sofrer choque cultural;
5. Ter disposição, ser flexível e aberto. É preciso ter responsabilidade e organização, pois haverá hora para diversão e para trabalho.

Como e onde fazer
Abaixo, separamos algumas agências e ongs que buscam voluntários aventureiros. Conheça algumas delas:

CENTRAL DE INTERCÂMBIO (CI) – Oferece pacotes para Nepal, Namíbia, África do Sul, Peru e índia.
WORLD-WIDE OPPORTUNITIES ON ORGANIC FARMS (WWOOF) – Rede de organizações nacionais que promovem o trabalho de voluntariado em fazendas ecológicas de todo o mundo, incluindo destinos incomuns, como Belize, Lituânia, Tonga, Polinésia Francesa e Paquistão.
AFS – Organização não governamental, sem fins lucrativos, promotora da paz, fundada em 1956. Trabalha com intercâmbio dentro e fora do Brasil.
EXPERIMENTO INTERCÂMBIO CULTURAL – Oferece trabalhos voluntários em mais de 15 países, entre eles África do Sul, Argentina, Chile, Guatemala, Gana, Índia, Irlanda, Marrocos, Nepal, Nigéria e Turquia.
IKO PORAN – Organização brasileira que trabalha em parceria com diversas organizações não governamentais, como AfroReggae, Fundação OndAzul, Nós no Cinema.
SARVODAYA – No Projeto Sri Lanka, o voluntário aprende o modo de vida rural e compartilha experiências na busca pelo desenvolvimento, paz e espiritualidade em comunidades.
INSTITUTO ONÇA-PINTADA – O voluntário desenvolve pesquisas no Pantanal e no Parque Nacional das Emas, em Goiás. Ajuda no trabalho de campos dos pesquisadores, que inclui identificar pegadas dos felinos.
CIDADÃO GLOBAL -Com duração mínima de 6 semanas, o projeto oferece a oportunidade de trabalhar nas áreas de educação, human care e empreendedorismo social em diversos países da África, Ásia, Leste Europeu e América Latina.

Fonte: Brasil Post por Bruna Caricati